João Caetano
em
Mar 31, 2022
A consolidação de um novo varejo.

Delivery não dá ré

Em breve veremos as lojinhas da fábrica nas melhores esquinas e aplicativos de entrega.

​​Pegue pra ela, menino, leve pra ela
Conte pra ela dessa nossa canção

Pegue Pra Ela – Criolo

Lojas que ninguém vê, áreas de armazenagem dentro de lojas convencionais ocupando espaços que eram área de vendas.

O varejo usa a métrica Same Store Sales como medida em metros quadrados de área de venda. Ela serve para comparar o desempenho entre lojas, como elas convertem seu espaço de vendas em resultados.

Só que neste momento diversas redes estão convertendo áreas de vendas em áreas de armazenamento voltadas para vendas online, comprometendo as futuras comparações por Same Store Sales.

Essa distorção na métrica é apenas um pequeno sinal das mudanças em curso.  

Um post recente do especialista em varejo da Gouvea Malls, Luiz Alberto Marinho, chama a atenção para o formato Micro Fulfillment Center (MCF), em adoção pela rede Raia Drogasil.

A rede já conta com 700 lojas adaptadas para esse formato e pretende expandir.

Esse não é um caso isolado e pode retroceder até a chegada da Amazon ao varejo físico, com a livraria Amazon Store e a rede Whole Foods.

Em ambos os casos a Amazon passou a usar esses pontos físicos também como área de armazenamento para entrega rápida de compras online.

Em 2019 a rede GPA iniciou a integração de suas redes de varejo físico com as operações online.

Estava claro que a diferença entre varejo físico e online iria acabar, expressões como physical retail e omnichannel começaram a ser usadas para descrever esse movimento.

Como resultado dessa tendência, espera-se que o formato Micro Fulfillment vá crescer 20 vezes até 2030, podendo compreender até 65% da base de lojas.

Outro aspecto deste movimento é a expansão das Dark Stores, armazéns sem loja totalmente voltados para delivery.

Investidores estão apostando alto em novas redes, como a Daki, que operam exclusivamente neste formato.

Na outra ponta as redes atuais montam estratégias defensivas, como se estivesse surgindo um novo varejo.

Por fim, voltamos à indústria, que vê nesse movimento a possibilidade e chegar diretamente ao consumidor final e começa entrar na operação de comércios e pontos avançados de entrega, como rede de carnes e proteínas Swift da JBS, as lojas de embutidos da Berna, até a estratégia anunciada pela BRF de abrir lojas Mercato Sadia, apresentada como um novo momento da empresa.

Não faz muito tempo, a experiência de visitar uma indústria de bens de consumo terminava na lojinha da fábrica, onde encontrávamos todo o mix de produtos a preços incríveis.

Agora vamos encontrar as lojinhas da fábrica nas melhores esquinas e aplicativos de entrega.

Seguimos próximo e último artigo dessa série: Pense pequeno.

Acesse aqui o primeiro artigo da série, Uma nave que já vai partir.

swift.com.br/nossas-lojas

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Artigo originalmente publicado no Update or Die!