João Caetano
em
Aug 10, 2021
Dark Kitchens, as operações comerciais sem fachada, voltadas totalmente para entregas

Notícias a respeito da retirada de tropas norte-americanas do Afeganistão marcam o fim de um ciclo de vinte anos.

Após os ataques de 11 de setembro, o governo dos Estados Unidos desencadeou um conjunto de ações que veio a ser chamado Guerra ao Terror.

Dentre as ações estava o uso em larga escala de bases secretas, também conhecidas como Black sites.

Esta terminologia designa endereços não oficiais de onde partem ações secretas, muitas também abrigavam prisões clandestinas.

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Instalações ocultas onde são realizadas atividades secretas também são enredo para um novo formato de atuação varejista, que já vinha crescendo antes da pandemia, mas acelerou-se e agora está em plena forma, as chamadas Dark Stores.

Já há algum tempo a imprensa vem noticiando as cozinhas que ninguém vê, operações sem fachada comercial, totalmente voltadas para entregas.

E ainda o processo de incorporação de alguns desses mercados diretamente pelos aplicativos, que tendo conhecimento de como são as entregas numa região, criam restaurantes próprios, sendo que no Rappi existe uma divisão de Dark Kitchens.

Ainda em janeiro de 2020 declaravam a meta de passar de 100 para 300 operações.

Essas operações dão certo porque são construídas sobre o big data de quantos pedidos são feitos numa região, os itens preferidos e os valores praticados: Praça, Produto e Preço.

Para completar o mix de marketing falta a Promoção, mas a construção correta a partir dos 3 P’s anteriores permite até um certo descaso com essa frente.

Praticamente nenhum esforço de marca é feito, muitas delas são criadas de forma casual e só existem dentro das plataformas.

O delivery-only cresceu como resposta à crise, mas mesmo diante das perspectivas de reabertura, as redes de restaurantes seguem planejando uma expansão de sua presença nesse formato. Em muitos casos, separar a operação de entregas da unidade onde existe atendimento ao cliente permite ter mais sucesso nas duas frentes.  

É de olho nesse equilíbrio entre os dois formatos, bem como na consolidação do hábito de pedir mais comida, que as redes miram na expansão do modelo.

Redes acostumadas com altos custos de operações em pontos comerciais valorizados ou shopping centers encontram nas Dark kitchens um formato chave para alcançar mais mercados.

A consolidação deste formato é uma questão de tempo e dados.

Os apps de entrega têm a vantagem de conhecerem o universo de restaurantes e pedidos. Para as redes de restaurantes fica o desafio de re-equilibrar este jogo, partindo de um novo conjunto de informações e iniciativas, que serão melhor descritas no artigo seguinte: Em busca do Ponto Cego.

Em breve:

www.mapfry.com/post/em-busca-do-ponto-cego
www.mapfry.com/post/a-receita-de-sucesso-que-vem-do-japao