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Classe média em ascenção

Essas famílias vivem bem, moram em bons bairros, frequentam restaurantes, postam viagens bacanas e recomendam vinhos.

Só que, por trás dessa estética de sucesso, há um detalhe que raramente aparece, sobra pouco no final do mês.

Quem são, onde vivem, como se reproduzem

  • Profissionais liberais bem pagos: profissionais de empresas, advogados, dentistas, funcionários públicos.
  • Alto rendimento mensal, baixa liquidez futura: ganham bem, mas têm menos reserva de emergência do que um jardineiro precavido.
  • Estilo de vida como ferramenta de trabalho: o vestido, o relógio, o carro importado e o restaurante da moda não são luxo, são branding pessoal.
  • Aparência e consistência: o consumo não é fútil, é estratégico.

O paradoxo do "viver como se fosse"

Esse grupo habita o que podemos chamar de classe aspiracional, onde a pressão para parecer bem-sucedido é tão grande quanto o esforço para realmente sê-lo.

É a bolsa de grife parcelada, o consultório reformado pensando no high ticket, eventos de networking.

Vivem num ciclo de "investimento em si mesmos", fazendo da própria imagem seu maior ativo, e também seu maior passivo.

Por que isso acontece?

  1. Capital simbólico > capital financeiro - prestígio abre portas, mas precisa de verniz.
  2. Confusão entre consumo e investimento - comprar um carro de luxo pode render novos clientes, mas também rende IPVA, seguro e manutenção.
  3. Curto-prazismo - sempre tem mais um jantar, mais um evento, mais um curso caro que "vai trazer retorno".
  4. Ausência de planejamento patrimonial - a renda é boa, mas o momento ainda é de "posicionamento social".

O custo invisível

Essas famílias trabalham para sustentar um estilo de vida que, em tese, vai ajudá-las a construir seu patrimônio.

A solução não é abdicar do estilo de sua estratégia, mas equilibrá-la:

  1. Estou gastando ou investindo na minha imagem?
  2. Se minha renda parasse por 6 meses, eu conseguiria manter o que tenho?
  3. Esse padrão de consumo está me servindo ou estou servindo a ele?

Porque no fim, como dizia um certo banqueiro mais velho e menos charmoso que os influenciadores de hoje: "riqueza não é o que você ganha, é o que você mantém".

Mas claro, ele não tinha um Instagram para manter.

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