Quando alguém te diz que descobriu a fórmula do sucesso, mas não tem curso online, você desconfia.

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E quando tem, você desconfia também.

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Parece que vivemos num mundo onde o verdadeiro sinal de que algo funcionou, é que alguém está ensinando como replicar aquilo por R$ 497 em 12x sem juros.

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Talvez por isso, a cena final de Argo pareça hoje tão anacrônica.

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O agente Tony Mendez arriscou a vida para salvar seis diplomatas americanos no Irã, arquitetou uma operação absurda, fingir ser um cineasta de Hollywood para infiltrar uma equipe no meio da Revolução Islâmica e, ao final, recebeu uma medalha.

Em segredo, nada de Instagram, podcast, nem sequer um antes e depois.

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O chefe da CIA ainda sai com essa:
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‍"Se quiséssemos aplausos, teríamos nos juntado ao circo"

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Cases de sucesso são reais?

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Existe uma tensão curiosa no ar: por um lado, o cliente quer saber saber se o sistema funciona.

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Por outro, sabemos que, se alguém realmente tiver algo que funciona, provavelmente não vai compartilhar.

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Porque se compartilha, perde o diferencial.

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E se não compartilha, parece que está escondendo porque não funcionou de verdade.

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Veja o paradoxo:

• Se você descobriu uma maneira de ganhar dinheiro todos os dias operando criptomoedas com um robô, por que estaria vendendo isso em um curso por R$ 147?
  
  
• Se você tem um modelo infalível de escalar times comerciais com eficiência preditiva, por que não está usando isso para escalar seu próprio negócio?
  
  
• Se você tem acesso a uma estratégia que melhora sua margem em 23% com dados de mercado, por que contaria isso num webinar para o concorrente assistir?
  
  

Fica a dúvida: ou o segredo é bom demais pra ser revelado ou não é segredo nenhum, só mais um pitch bem ensaiado.

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No universo B2B, esse dilema se torna ainda mais agudo.

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Quiet luxury

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Clientes não querem só a solução, querem a exclusividade.

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Eles pagam não só para saber mais, mas por aquilo que mais ninguém ainda sabe que eles sabem.

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Mostrar cases demais, com detalhes demais, pode ser como contar a senha do cofre antes de fechar o contrato.

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Por isso, quando nos perguntam: “Mas vocês têm case de sucesso?”, a resposta vem com a sutileza: temos, sim mas se te contarmos tudo, teremos que mudar a estratégia.

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Porque às vezes, a maior prova de que algo funciona está justamente no fato de que não foi transformado em produto.

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Não tem curso, não tem comunidade, não tem e-book gratuito.

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Tem apenas resultados, discretos e replicáveis.

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Afinal, se a gente tivesse virado um curso, talvez até estivesse vendendo bem.
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Mas, com certeza estaríamos vendendo algo muito menos valioso do que aquilo que te trouxe até aqui.

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