Redação
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Oct 13, 2025
O paradoxo da expansão

Por que gastar mais está gerando menos resultados para as franquias

Imagine uma rede de restaurantes que decide colocar mais sal na comida para realçar o sabor.

Mais sal, depois, mais pimenta, mais bacon, até que tudo começa a enjoar. 

É isso que está acontecendo com o franchising.

As redes estão colocando mais dinheiro em mídia digital, aumentando suas participações em feiras, mas os leads continuam mornos.

O Custo de Aquisição de Franqueado dispara e deixa todo mundo com a sensação de estar gastando muito para conseguir o mesmo.

A matemática não fecha e isso tem consequências reais: redes que planejam abrir dezenas de unidades por ano ficam presas do dilema, acelerar e medo de jogar dinheiro fora ou esperar as coisas se normalizarem?

Mas e se o problema não for o quanto se investe, e sim onde e como?

Mais mídia, menos resultado

De acordo com estudos globais, nunca se gastou tanto em publicidade quanto agora

No entanto, a eficácia das campanhas está em queda livre. No universo das franquias, o reflexo é direto: mais verba alocada em anúncios pagos, portais, ações promocionais e menos leads que realmente valem a pena.

É o equivalente a gritar num estádio de futebol em final de campeonato.

O lead que preenche um formulário hoje já preencheu outros cinco ontem.

Ele nem lembra mais qual marca chamou sua atenção, está tudo pasteurizado.

Sempre o mesmo criativo, o mesmo call-to-action, o mesmo argumento: "abra sua franquia conosco".

Criatividade como diferencial competitivo

O problema é que, assim como no consumo, a criatividade explica 75% do sucesso de uma campanha de performance.

Criatividade aqui não é só “ser bonito”, é ter conexão e contexto.

Funciona assim: em vez de falar de ROI, conte a história da como a rede foi cuidadosa em escolher a localização de cada loja, mostre os bastidores de treinamentos, atendimentos por times de campo, lançamento de novos produtos.

Em vez de prometer sucesso, mostre pertencimento, propósito, diferenciação.

Quem está entrando para o universo das franquias, está apostando sua vida. 

Decisões de vida não são tomadas com argumentos racionais apenas, dependem de empatia, confiança, uma história que a pessoa consiga ver a si mesma fazendo parte.

A obsessão pelo clique e o sacrifício da reputação

Outra armadilha: a corrida pelas métricas fáceis. CPA, leads, cliques. 

Tudo isso importa, claro, mas redes que só perseguem resultados de curto prazo acabam abrindo mão daquilo que realmente constrói valor no longo prazo: reputação, autoridade, percepção de marca.

É por isso que investir apenas em feiras ou portais pode parecer eficiente no mês, mas não no final do ano. É a diferença entre caçar e plantar.

Atenção virou um recurso escasso

Se um consumidor médio é impactado por 900 anúncios por dia, o investidor em franquias está ainda mais sobrecarregado.

Ele está sendo “caçado” por dezenas de redes, todas ao mesmo tempo. Resultado? Um zumbido permanente no fundo da mente, que ele aprende a ignorar.

E ignorar é o novo normal.

No meio dessa confusão, quem consegue se destacar? Quem fala diferente, quem escolhe a audiência certa, no momento certo, com a mensagem certa.

É aí que entra o Geomarketing.

Uma lente mais precisa sobre o crescimento

Geomarketing não é um mapa bonito com uns pins coloridos, é inteligência aplicada à expansão.

Significa entender, por exemplo:

  • Regiões com maior fit para seu modelo de negócio
  • Cidades têm o perfil socioeconômico ideal para sustentar uma unidade
  • Qe os investidores profissionais exibem estudos de potencial mais completos

Em vez de lançar a rede no oceano, você pesca no lago certo, na hora certa, com a isca certa.

É a diferença entre anunciar sua franquia genérica para o país inteiro e falar diretamente com pessoas que já deram sinais de estarem prontas para o próximo passo.

E o resultado? Um CAC mais enxuto, mais qualificado e, principalmente, uma expansão sustentável.

Recado para as redes

No final das contas, o futuro da expansão de franquias não está em gastar mais para gerar mais leads, mas em criar conexões emocionais que transformam curiosos em franqueados comprometidos.

Isso significa:

  • Menos mídia genérica, mais segmentação inteligente
  • Menos anúncios técnicos, mais histórias humanas
  • Mais consistência na construção de marca
  • Mais propósito

Pare de gritar na multidão e comece a apontar o holofote onde realmente importa.