Redação
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Oct 14, 2025
Varejo high torque

A loja é o motor do varejo, por sua capacidade de atração, ativação, retenção e recomendação, é a partir de cada loja que o varejo cresce. 

Muitos pensam que expansão é adicionar novas lojas, mas o ideal é pensar que cada nova loja bem sucedida é o que efetivamente te leva a querer mais lojas. 

O sucesso da expansão está na operação  

E o ponto alto da operação de uma loja está na experiência de compra que ela proporciona, sua forma de transmitir a proposta de valor da marca.

Em vez de depender só de anúncios, como no e-commerce, a loja física permite que o cliente perceba o valor da marca por conta própria, e isso puxa o crescimento. 

Mas, ter o cliente certo dentro da loja para oferecer a experiência perfeita é a última etapa de um ciclo. 

Por isso, é tão importante gerenciar as 7 etapas anteriores:

  1. Fluxo e visibilidade - contagem in-loco, estimativas via dados
    1. Quantidade de pessoas passando na frente, carros na via.
  2. Acessibilidade e conveniência - checklist
    1. Tem estacionamento, transporte público, calçada decente? 
    2. Se o acesso não for fácil, a conversão não acontece.
  3. Sinergia com o entorno ou co-tenancy
    1. Mix de vizinhança, lojas âncoras, polos de atração 
    2. Avaliação de como os corredores comerciais cumprem seu papel
  4. Perfil sociodemográfico da área de influência - o Geomarketing básico
    1. Renda, faixa etária, estilo de vida. 
    2. De nada adianta um público intenso se não é o público certo. 
  5. Potencial de consumo - Geomarketing intermediário
    1. Qual a real capacidade de gasto no seu segmento?
    2. Quanto cada cliente daquele território pode gerar ao longo do tempo.
  6. Competição e saturação - Geomarketing avançado
    1. Concorrentes diretos e indiretos, canibalização de unidades próprias
    2. Tudo subtraindo o Potencial de Mercado (PdM)
  7. Eficiência operacional e CAPEX - Gestão da expansão
    1. Custos do ponto, aluguel, reformas, logística. 
    2. Uma loja pode parecer perfeita na superfície, mas se a operação não se paga, ela implode.
  8. Marca e experiência 
    1. Tá cheio de especialista nessa etapa, mas ela só faz sentido quando todas as anteriores estão bem resolvidas. 
    2. Ao final, atrair o cliente é o começo, retê-lo e transformá-lo em promotor fecha o ciclo

A gestão das 7 etapas antes da experiência

Etapa Métrica principal Sinais de saúde Perguntas-guia
Atração Fluxo nas vias, acessibilidade, conveniência Visitas à loja Estamos atraindo o perfil certo?
Ativação Conversão de visitantes em compradores Experimentação dentro da loja O que atrasa a primeira compra?
Recompra Taxa de retorno de mesmos clientes Frequência de visita, stickiness Qual hábito estamos criando?
Recomendação Inscrição em eventos e campanha cliente-atrai-cliente Motivos de indicação O produto é do tipo que pode ser compartilhado?
Receita recorrente Same Store Sales Frequência, Ticket médio A proposta de valor está adequada?

Ressalvas

Simplesmente não dá para aumentar o fluxo de uma via, mas é possível procurar por pontos mais movimentados se esse é o indicador a otimizar.

A conversão de visitantes deve ser alta, afinal para que atrair se não for para vender? 

A recompra, excluindo cenários de pontos turísticos, deve ser uma obsessão, dado que cliente bem atendido sempre volta.

Marketing boca a boca, eficiente e barato, se você acertar no perfil de cliente da região, o poder de indicação é otimizado, uma vez que pessoas parecidas compartilham os mesmos problemas, compartilham suas soluções.

A receita deve crescer com o tempo, resultado de clientes novos e de clientes antigos ampliando sua exposição à loja. 

Ajustes para aumentar a potência do motor de vendas

Tenha metas claras

  • Qual o potencial de mercado máximo de cada unidade?
  • Como esse potencial pode ser alcançado?
  • Personas e suas jornadas
  • Como a loja se encaixa na jornada?

Produto como canal

Reduzir fricção até a primeira compra

Ensinar o cliente a navegar a loja e a compra, permitir que se guie sozinho e oferecer auxílio em casos especiais.

Time-to-value: medir a conversão de visitantes em compradores e o tempo de visita, com e sem compra. Pode haver um ponto de ruptura na navegação dentro da loja.

Mapa do fluxo de visita até a compra, pontos críticos, medindo drop em cada etapa até a compra.

Mapeie os eventos da jornada:

  1. Viu vitrine
  2. Desacelerou
  3. Entrou
  4. Primeiro toque/degustação
  5. Engajou com vendedor
  6. Consultou preço
  7. Fila do caixa
  8. Pagou
  9. Pós-compra: cadastro, QR, social

Perfil do cliente

Gente certa dentro da loja, estamos em busca de indicativos de alta propensão à compra.

  • Os visitantes colocam itens no carrinho ou só olham?
  • Se fossem removidas todas as etiquetas de preço: 
    • Ainda teríamos visitantes?
    • Os compradores levariam susto ou teriam uma percepção positiva?

Pricing, empacotamento e modelo de receita

Faça o preço trabalhar a favor do crescimento

  • Price point - produtos em oferta feita para atrair clientes (ancorar por baixo)
  • Experimentação - convite a testar o produto sem custo
  • Devolução facilitada  - compra sem arrependimento
  • Brindes ou descontos progressivos - ganha mais quem compra mais
  • Silver bullet - produtos com preços acima do padrão para ancorar por cima (criam efeito desconto nos demais)
  • Referral - conjunto de produtos e ofertas exclusivos para clientes recorrentes ou indicados por eles

Vendas guiadas

Ativar a oportunidade no momento certo, com o contexto certo

  • Roteiro para os primeiros 120 segundos: saudação, sugestão, caminho livre até a principal entrega de valor
  • Roteiros para influencers locais demonstrando experiências de consumo

Satisfação do cliente e recompra

Reter e fazer crescer as compras sem “empurrar”

  • Mapas de risco baseados em volume de compra

Satisfação do cliente como meta e métrica