João Caetano
em
Feb 10, 2023
O varejo do futuro

Viajantes do tempo

Painel de oportunidades e aplicações para o Franchising Brasileiro

A importante feira da NRF aconteceu em janeiro na cidade de Nova York e contou com a presença de milhares de representantes do varejo brasileiro, entre eles estava a missão da ABF.

Após visitarem centenas de stands, participarem de conferências e eventos de wrap-up, esse enorme conteúdo foi refinado em importantes insights e apresentado num encontro na sede do banco Santander em São Paulo. 

Muito mais do que um consolidado de conceitos, o evento Pós-NRF da ABF trouxe uma visão do futuro do varejo. 

Off-Off

Esse artigo pode até ser entendido com um Pós-Pós-NRF, ou como os nova-iorquinos chamam os teatros menores fora do circuito principal, Off-Off Broadway

Sem dados você é apenas uma pessoa com opinião;
Sem opinião você é apenas uma pessoa com dados.

Essa potente afirmação trazida por Tom Moreira Leite, presidente da ABF, de uma palestra do Waze, mostra o quanto a cultura de dados é uma cultura de pessoas e dá o tom do varejo moldado por informações.

Não será somente sobre pessoas, nem somente sobre dados.

Também CEO do Grupo Trigo, Tom reforçou a importância que as informações que apontam o caminho do crescimento têm em seus negócios, com um time de 50 pessoas cuidando do growth.

Essa também é a agenda da ABF para todos os seus 1700 associados. 

Portanto um olhar que vai dos grandes players que conseguem absorver a pesada conta das soluções atuais, até a busca por startups que possam cuidar das franquias menores. 

Com foco em levar o Geomarketing para todos, a Mapfry se associou à ABF e também oferecemos um programa de qualificação de profissionais e Certificação em Geomarketing.

Growth & data analytics são tecnologias que há muito passaram do hype, mas que ainda têm o desafio de chegar a todos.

O disseminado uso do termo hype para descrever o momento da curva do Gartner em que as tecnologias prometem bem mais que entregam remete ao velho ditado:

Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça

Uma pessoa que já sofreu torna-se precavida

Já está longe o tempo em que o varejo físico e online eram coisas distintas, mas não tão longe o tempo em que empresas de tecnologia invadem o território do varejo.

Depois de tantos golpes e sustos, o varejo se transformou no melhor radar de novas tecnologias. 

Todas serão testadas e avaliadas em função do lucro, separando bem a promessa da entrega.

Não à toa, a NRF foi apresentada como uma feira de tecnologia, do tipo de tecnologia que funciona.

Metaverso 

Segue tendência até alguém aprender a ganhar dinheiro com isso. 

Até lá pode ser usado em campanhas de marketing.

Economia criativa & influencers 

Estão no comando, esses artistas modernos criam narrativas em que estilo e consumo se encaixam. 

As marcas não estão trabalhando com eles, estão trabalhando para eles

Inteligência artificial

Milhões de pessoas testaram o Chat GPT em poucos dias, mas será o varejo quem vai encontrar aplicações lucrativas para a nova tecnologia.

Fenômenos modernos como a Grande Renúncia e Quiet Quiting, em que empregos são rejeitados, pressionam o varejo a encontrar meios alternativos para atender aos clientes. 

A Inteligência Artificial é um caso super interessante em que a tecnologia já foi compreendida antes mesmo de alcançar sua maturidade técnica. 

Talvez aí esteja seu elemento mais especial, já sabemos como usar e só estamos esperando chegar. 

O meio é a mensagem

Um clássico da comunicação em plena forma no varejo, as lojas são espaços de alto valor pois não disputam a atenção na tela dos celulares, mas a capturam com experiências cada vez mais imersivas.

Pense que o Shoptime teve um filho com o TikTok. 

CAC matador

Métricas do e-commerce em comparação com o negócio físico mostram o quanto é mais barato atrair clientes com um ponto comercial do que investir em tráfego pago na internet, além de a loja funcionar como posto logístico avançado.

#SóViVantagens

Comida, diversão e arte

Galerias de arte vendem obras de arte, portanto são lojas, da mesma forma que lojas podem expor suas mercadorias como e com obras de arte.

Um loop completo que aponta para o dia em que visitaremos uma exposição de manequins parcialmente vestidos e tomaremos drinks no renomado restaurante da loja.

Apertem os cintos, o vendedor sumiu

O varejo não mais se divide entre físico e digital, mas ainda se divide. 

A real necessidade de automatizar o atendimento com empatia, usando luzes, aromas, inteligência para suavizar a compra em máquinas, vem da falta de gente disposta a fazer esse trabalho.

Sistemas de reconhecimento por câmeras multi-sensoriais permitem um controle de furtos de fazer inveja ao Robocop. 

Os robôs entram em cena porque tanto os vendedores quanto os policiais já não conseguem viver nas cidades em que trabalham.

Mais da metade dos policiais de Nova York, cidade governada pelo ex-policial Eric Adams, vive fora da cidade que protege por conta do descasamento do custo de vida com seus salários.

Se nas cidades grandes o varejo busca respostas na automação, nas cidades menores as contas se equilibram, é possível encontrar mão-de-obra, a automação que acelera as compras é menos importante, enquanto o papel como centro logístico de última milha é fundamental.

Cidade grande

Experiência média, automação alta

Cidades menores

Experiência alta, automação média

Considerações finais

É interessante observar a assimilação pragmática e respeitosa de novas tecnologias por um setor que já se viu dividido entre 100% online e 100% físico, que se fundiu dentro das grandes cidades e agora avança o modelo fisital para as cidades menores.

Ao final do evento, fazendo um paralelo entre o mercado de tecnologia e toda a compreensão do que o varejo espera das tecnologias, foi possível perceber que a crise das empresas de tecnologia é também uma crise de identidade.

Ser uma empresa de tecnologia deixa de ser algo místico a ser admirado e volta ao papel de ter apenas que funcionar e muito obrigado.

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Link para o evento Pós-NRF