Redação
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Nov 8, 2025
As sete vidas de um Gerente de Expansão

Como sobreviver (e até se reinventar) entre metas, mapas e miragens

Com a Maprfy crescendo em adoção por redes franqueadoras, temos tido contato com muitos profissionais de expansão.

Uma característica comum é a passagem por diversas redes, havendo casos de quem rodou 10 empresas nos últimos 5 anos, e tá tudo bem.

São raros os casos de quem fica 5, 10 anos no mesmo lugar.

A culpa por essa movimentação toda não é do profissional, mas de um contexto super difícil, cheio de riscos e ciladas.

  • Cada meta batida é uma sobrevida
  • Cada loja inaugurada, um renascimento
  • E cada “vamos revisar o plano”, uma passagem só de ida para outra rede

Entre contratos que travam, leads que evaporam e pontos comerciais que parecem miragens, o Gerente de Expansão aprende a cair e levantar, sempre com um novo plano na manga e um novo mapa na cabeça.

Aqui vão algumas histórias que ouvimos repetidas vezes:

1ª - O ponto que não deu certo

Você acreditou, defendeu, apresentou números, mas o faturamento nunca veio.

Essa é a primeira morte.


Mas também o primeiro aprendizado: nem todo ponto bom é bom para você.


A saída? Melhore sua análise e componha a decisão com mais gente, quem decide sozinho, se responsabiliza sozinho.

2ª - A franquia que fecha secretamente

Ser franqueador é bonito na reportagem, em posts, mas na realidade, é um papel que exige muito e oferece bem pouco no início.

Muitos desistem, ou pior, desistem e ficam ali ocupando espaço, sendo uma miragem de empreendedor que não inspira mais ninguém.

Novamente, o Gerente de Expansão vai ter que sair em busca de outro espaço para trabalhar.


3ª - A meta impossível

A rede está contratando porque tem uma meta ambiciosa,

“Precisamos dobrar o número de lojas até o final do ano”

Começa uma criatividade forçada, onde chutão em Excel, mapas coloridos e garrafas de café formam uma trindade.


O Gerente de Expansão sobrevive aprendendo a dizer “não” de um jeito que parece “sim”, até a hora que consegue pular fora.

4ª - Canibalização desesperada

A rede está fazendo sucesso, parcerias com celebridades estão trazendo bons leads.

Então a rede começa a alocar novas unidades onde não caberiam, lojas tão próximas que competem entre si.

O Gerente de Expansão sabe que aquilo está errado, e que esse erro é pior do que abrir loja em ponto ruim, porque agora serão duas unidades prejudicadas.

Estudos sérios não mentem, o mapa aponta o problema, mas a rede finge que não vê.

Mais uma vez, é hora de juntar as coisas e ir embora.


5ª - Infinitas negociações

Seu objetivo é expandir, mas parece que tá todo mundo jogando contra.

Proprietário do imóvel, jurídico, franqueado, financeiro, diretoria, é preciso ter paciência.

Profissional vivido, você sabe que expandir é, na verdade, convencer por etapas.

Mas, quando essas mesmas pessoas que atrasam tudo voltam para te cobrar, um limite é atingido.


6ª - A diretoria que muda de ideia

Novo CEO, nova estratégia, nova meta.


De repente, o foco não é mais shopping, é rua, não é mais capital, é interior.

A vida de expansão ensina o desapego: nada é permanente, exceto a necessidade de parecer calmo enquanto refaz o plano inteiro às três da manhã.

Mas, ao ver o trabalho dos últimos seis meses ser jogado fora, você desanima, e desanimado mesmo sai em busca de outro desafio.

7ª - Equipe xoxa

De todos o cenário mais comum e mais desafiador.

Rancores, histórico de promessas não cumpridas, richas, ninguém acredita em mais nada, mas todos seguem ali, de segunda a sexta, fingindo.

Não há chute na planilha que salve, revisão de meta, nova estratégia, sociedade com jogador de futebol, atriz de novela, nada levanta o ânimo dessa turma.

Nesse momento, o Gerente de Expansão lembra porque escolheu essa carreira, por vezes tão ingrata, para transformar marcas em histórias locais, crescer junto com pessoas, colocar seu nome no mapa do varejo.

Sabe aquela loja da Vicente Pizon, fui eu quem abriu

Ainda de pé?

Gerentes de expansão sobrevivem não porque são imbatíveis, mas porque aprendem a cair de jeitos diferentes.

Cada repasse, cada canibalização, cada meta insana é um aprimoramento interior, uma clareza maior a respeito de um segmento que atrai aventureiros, desvaloriza veteranos, fazendo com que pessoas boas paguem a conta da falta de noção.

Nesse momento, os bons profissionais passam a entender que as marcas precisam deles muito mais do que eles delas.

É aí que o jogo começa pra valer.