João Caetano
em
Jan 19, 2024
Tendências de mercado para 2024

Talvez você já tenha notado que adoramos fazer previsões e temos o hábito de acertá-las.

Por isso, cada publicação de tendências passa por uma revisão ao final do ciclo.

O artigo Tendências em Cheque revisita nossas previsões para 2023

Durante a pandemia, fizemos uma série de previsões e voltamos a elas neste artigo.

Como dizia vovó:

Mata a cobra e mostra o pau

Desta vez ainda vamos fazer algo a mais, além de publicar nossas previsões para 2024, vamos explicar a lógica que nos conduziu.

A principal intenção dessas tendências, mais do que acertar, é provocar o debate.

1 - Varejo híbrido

Lojas sem funcionários tiveram seu momento em 2023.

Redes de lavanderia automáticas e mercados autônomos deram a largada no formato.

Agora, as lojas convencionais vão incorporar esse recurso que pode estender horários de funcionamento e manter lojas abertas aos domingos e outros dias de menor fluxo.

Lógica por trás de tendência:

Assim como não temos mais diferença entre o varejo online e o varejo físico, com ambos integrados na estratégia omnichannel, as lojas convencionais vão funcionar também em versões automáticas.

A recente revogação do trabalho aos domingos vai acelerar essa tendência de automação em horários e dias menos comerciais.

2 - Realidade aumentada na vida

Veremos a chegada dos óculos de realidade virtual ao dia a dia.

Imagine uma live sertaneja na sala de sua casa, um cheff famoso em sua cozinha ou andar por mercados e shoppings centers caçando promoções como quem caça pokemons.

Não podemos deixar de lado os aplicativos de paquera, que agora ganham esse aliado para quem quer conhecer gente sem se expor tanto.

Lógica por trás de tendência:

Pense nos smart watches, que um dia foram caríssimos e agora são super acessíveis.

Os óculos de realidade aumentada terão uma curva de adoção ainda mais acelerada por conta de sua capacidade de criar "ambientes de venda", "shows virtuais", "reuniões de trabalho semi-presencial", "encontros românticos mais seguros".

3 - Baby boom

Depois da pandemia veio a guerra e a inflação.

Foram anos muito difíceis, com muitos divórcios e os casais sobreviventes adiaram planos de filhos.

A inflação aponta pra baixo, as guerras parecem encaminhadas para sua conclusão.

Além disso, há uma percepção de que talvez esse cenário instável seja um “novo normal” e os casais decidam que não faz sentido seguir adiando seus planos de filhos.

Lógica por trás de tendência:

A verdade é que esta tendência já está em curso, vai se acentuar e ficar mais perceptível.

A volta à vida normal pós-pandemia teve seus solavancos, mas agora parece que as coisas estão se acomodando.

O desejo por filhos foi duramente reprimido, portanto há espaço para essa expansão.


4 - Terror no interior

Primeiro foi o sonho, a possibilidade de trabalho remoto na pandemia levou famílias para a vida bucólica em cidades menores.

Depois veio o amargo despertar com o retorno total aos escritórios ou em formato híbrido.

Agora, os profissionais da classe criativa que foram menos afetados pelas políticas de retorno ao trabalho presencial, são assombrados pela inteligência artificial e repensam suas escolhas.

O movimento de expansão econômica para cidades menores entra em cheque.

Lógica por trás de tendência:

Essa tendência é o desdobramento de uma outra apontada ainda no início da pandemia que chamamos de Despertar das cidades dormitório, mas agora inclui o elemento medo.

Classes criativas sempre tiveram mais liberdade para escolher onde se instalar, agora são exatamente as famílias dessas classes que vêem suas atividades econômicas ameaçadas pela inteligência artificial.

5 - Imóveis sem banheiro

Nos últimos anos, vimos a moda dos nano-apartamentos, depois co-living, até hubs dormitório.

Em breve veremos os imóveis sem banheiro privativo.

Imóveis pequenos forçaram novas soluções para a área de serviço, que foi incorporada à cozinha ou banheiro ou transformou-se se em espaço coletivo.

Agora é o banheiro que passa a ser reduzido e compartilhado.

Pode parecer assustador, mas esse formato é realidade em cidades como Paris, Nova York e Tokio.

Lógica por trás de tendência:


O retorno à cidade por conta do trabalho presencial ou híbrido se dá com uma “pegada urbana reduzida”.  

Ao manterem uma residência principal no interior ou em subúrbios, profissionais adotam formatos leves de moradia para esticar sua presença nas grandes cidades sem sacrificar a renda.

Existem formas deixar esse formato mais palatável, como lançar unidades apenas para aluguel ou contratos de time-share.

Afinal, pode ser triste comprar um imóvel sem banheiro para si, mas tudo bem se for algo temporário.